O método Cuevas Medek Exercises (CME) é uma intervenção fisioterapêutica utilizada para o desenvolvimento da habilidade motora no bebê e na criança. O método consiste na aplicação de exercícios desafiadores, com gradual apoio distal e exposição à força da gravidade.
Foi criado pelo fisioterapeuta chileno Ramón Cuevas, a partir de 1972. A pergunta inicial de Ramon foi “como provocar resposta motora automática na criança?”. Foi daí que, através de muitos estudos e prática, Ramón conseguiu desenvolver uma terapia bastante diferenciada que visa o potencial de cada criança. Isso é realizado através de inúmeras possibilidades de exercícios, que proporcionam progressivo apoio distal e exposição gradual da criança à força da gravidade.
CME significa "Cuevas Medek Exercises". "Cuevas" é o sobrenome do criador do método (Ramon Cuevas); "MEDEK" é uma sigla que pode ser traduzida por “método dinâmico de estimulação cinética” que é exatamente a proposta do CME, estimular e desafiar a criança em cada exercício, e "Exercises" em português significa exercício, o termo está em inglês devido a grande difusão do método nos países de língua inglesa.
O método CME começou a ser utilizado no Brasil pela fisioterapeuta Renata Marques em 2006, após ter realizado a formação do método fora do país. A partir de então, Renata iniciou a divulgação do método entre os profissionais da área até que em 2008 organizou o primeiro curso no Brasil ministrado por Ramón Cuevas. Atualmente, Renata Marques é uma das Instrutoras do Método CME.
Os exercícios vão desde controle cervical até a marcha independente. É importante ressaltar que através do material exclusivo do método é possível trabalhar inclusive o equilíbrio em bípede, pois é muito importante para a criança além do andar, conseguir subir uma escada ou uma rampa, executando funções do dia a dia.
Se seu filho não possui nenhum diagnóstico mas não mantém controle cervical, não apresenta o rolar, sentado livre, descarga de peso em pé e marcha, dentro de uma idade cronologicamente esperada, ou somente apresente déficit de equilíbrio, isso é um sinal de que seu filho precisa de intervenção fisioterapêutica.
O CME possui uma avaliação própria, composta de 40 itens, abrangendo todas as fases do desenvolvimento motor. Essa avaliação é realizada na primeira terapia e é um formidável instrumento de detecção de possíveis disfunções motoras e auxiliar no direcionamento terapêutico. A avaliação também é indispensável como parâmetro de comparação para verificarmos se a terapia está sendo eficaz para a criança.
O método utiliza um tablado diferenciado, com medidas personalizadas de acordo com o terapeuta. Isso ajuda na alavanca do movimento, tornando os exercícios mais precisos e seguros de serem realizados. O conjunto de caixas de madeira é um diferencial bastante interessante. Através de formatos e tamanhos distintos de caixas de madeira é possível montar centenas de situações diferentes na terapia, como: rampa, escada, pódium, ponte, prancha de equilíbrio, barra estreita, etc. Existem outros materiais que podem ser utilizados na elaboração dos exercícios como canos de PVC, bolas (específicas), faixas de tecido antiderrapante e organza.
Os pais participam ativamente no processo do desenvolvimento motor do filho. Através de treinamento durante a terapia, registro por fotografia e filmagem, os pais aprendem a realizar alguns exercícios com o filho, assim os ganhos da terapia podem ser potencializados através da repetição diária em casa (quando possível).
Reavaliações constantes são realizadas para verificar a eficácia do tratamento CME para a criança. Se for observado que ela não está apresentando evolução satisfatória após reavaliações consecutivas, os pais são informados e juntamente com o terapeuta decidirão pela continuidade ou não do tratamento CME. Além disso, alguns fatores como idade e peso da criança podem limitar a aplicação do método CME pelo terapeuta, entretanto, cada caso deve ser avaliado individualmente.